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Neste contexto, movimentos como o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), citado por Wallace como um dos pioneiros nesta transição, ganham mais relevância. A morte nos Estados Unidos reforça que a busca por esses modelos alternativos não é ideológica, mas uma necessidade de saúde global.

Wallace não se limita a diagnosticar o problema – também aponta saídas concretas. A agroecologia, para ele, emerge como alternativa vital, um sistema que integra agricultura e ecologia, rompendo com a monocultura em larga escala.

Ela ilustra a imprevisibilidade desses vírus, que, pressionados pela expansão agropecuária, saltam de animais selvagens para criações domésticas e então para humanos.

Embora as autoridades ressaltem que o risco para o público permanece baixo – não há evidência de transmissão entre humanos –, a morte por H5N5 serve como um alerta.

e a circulação global de patógenos que elas causam criam um ambiente de risco elevado para toda a cadeia de produção de alimentos, do grande conglomerado ao pequeno produtor.

O caso do criadouro doméstico não invalida a tese de Wallace; pelo contrário, a ilustra. A pressão exercida pela expansão das grandes fazendas sobre os habitats naturais+

Wallace argumenta que a agricultura industrial, ao confinar milhares de animais geneticamente similares, funciona como uma “fábrica de patógenos”, onde gripes como H5N1, H1N1 e agora a H5N5 evoluem para formas mais virulentas.

A obra do biólogo evolucionista Rob Wallace, publicada originalmente em 2016, é hoje considerada profética por prever que a intensificação da produção animal em grande escala criaria um terreno fértil para o surgimento de novos e perigosos vírus.

A vítima, um idoso com condições de saúde preexistentes, mantinha uma pequena criação doméstica de aves. O caso inédito ocorre enquanto o mundo ainda enfrenta surtos da variante H5N1, que já infectou pelo menos 70 pessoas nos EUA.

Autoridades de saúde do estado de Washington confirmaram a primeira morte humana pela cepa H5N5 da gripe aviária.

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De volta ao Brasil, grupos de pesquisa como o Nupens lutam para convencer governos a investir cada vez mais em incentivos ao consumo de alimentos in natura, o que passa por políticas de alimentação nas escolas até a tributação de variados setores produtivos na economia.

A título de exemplo, um estudo recente acompanhou a rotina alimentar de enfermeiras dos EUA durante 24 anos e concluiu que as maiores consumidoras de ultraprocessados tiveram maior incidência de câncer colorretal antes dos 50 anos de idade.

Mais que isso, as próprias condições de reprodução social e econômica contribuem para o aumento do consumo dos ultraprocessados na dieta individual, que se relaciona com fatores socioeconômicos mais complexos.

Os estudos epidemiológicos apontam para um temerário aumento do consumo de ultraprocessados, fabricados pela indústria alimentícia, também chamada de Big Food. Sua disseminação é ampliada com apoio de lobby político e pouca regulação publicitária.

O material reforça as correlações entre a alimentação repleta de aditivos químicos e artificiais e o desenvolvimento de doenças crônicas. Hipertensão, diabetes e câncer, além de outras condições limitadoras, estão diretamente associadas a comidas industrializadas em lugar de uma dieta orgânica.

O Brasil é visto como um dos países líderes na abordagem, a classificação que está sendo largamente utilizada nos estudos é pesquisador Carlos Monteiro, do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da FSP-USP, que também liderou coletânea de artigos publicada na Revista Lancet, dia 18.