Creomar de Souza
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Creomar de Souza
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Founder @dharmapolitics. Counsellor @BrazilFound. Professor @DomCabral. Opinions are my own.
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O discurso de Lula foi aderente às tradições do Itamaraty.

O que isto significa dizer? Que ele caminhou no sentido de defender: cooperação/multilateralismo e a ordem internacional.

Foi inovador? Não.

Foi inteligente? Sim.

Foi o melhor feito por ele na AGNU? Provavelmente.
Elementos que levam ao equívoco analítico na atual conjuntura:

- conversar apenas com quem concorda contigo;

- não comparar as metodologias das pesquisas;

- subestimar as mudanças de humor das ruas;

- apego a premissas equivocadas.
Hipótese: o dito pragmatismo do Centrão tem muito de desejo e ilusão dos seus líderes. Ato consequencial de uma perspectiva emocionada de poder, lenta e continuamente estes vão fornecendo agendas que podem fortalecer o governo nas próximas eleições.
O Centrão é uma força política pragmática, mas pendente à direita.

É importante ter isto em mente e assumir, inclusive em termos de imprensa, que nenhuma das pautas polêmicas aprovadas seria bem-sucedida sem o apoio deste grupo.

Honestidade intelectual importa.
A passos largos, discursos que teoricamente se preocupam com segurança e proteção da atividade parlamentar, abrem espaço para a entrada do crime na atividade política.

Movimentos como a PEC da blindagem, pavimentam o caminho para o BR de hoje virar uma Colômbia dos anos 1980.
A PEC da blindagem é um erro em muitas camadas.

Porém, a mais evidente delas é tornar a atividade parlamentar altamente convidativa para envolvidos com atividades criminais.

Mais do que ingenuidade, é um erro achar que este texto aprimorará atividade parlamentar.

A ver.
A raiz do problema é a seletividade.

Cada vez mais discursos preocupados em garantir uma fan base e odiar o diferente.

E uma rejeição consciente ao fato de que pregar ódio e violência alimenta ódio e violência.

Toda vida importa, não importando se você gosta ou não dela!
Fux fez um voto político.

No limite, é possível dizer que encampou a narrativa "Dreyfus" defendida pelo Senador Flávio e a defesa de Bolsonaro.

O dilema, reside no fato de que o voto contradiz a si mesmo até aqui, o que parece ter levado a uma reação homogênea dos seus pares.
Violência é sempre abominável, seja ela promovida por uma turba, seja ela ocasionada por uma ação individual.
Uma lição importante de análise de discurso é: aquilo que os atores falam é o que eles pensam.
Efeito correlato disto é que cada palavra dita é uma verdade aos olhos de quem diz.
A fala da Secretária de Imprensa da Casa Branca merece ser vista com atenção e cautela devida.
2026 se desenha como a eleição que definirá os destinos do prédio constitucional de 1988.

As escolhas para o Congresso e para o Planalto, nesta ordem, serão fundamentais para compreender o quão resilientes são as crenças difundidas pela Carta Constitucional vigente.

A ver.
Risco Geopolítico robusto:

Ao atacar lideranças do Hamas no Catar, Bibi e sua coalizão política transmitem uma mensagem bastante objetiva: preferem prolongar o conflito.

Trump, por sua vez, terá a difícil tarefa de tentar apaziguar as monarquias árabes.
Tarcísio quer os votos do Bolsonaro. A maior parte da direita quer que Tarcísio tenha os votos de Bolsonaro.

Assistindo o discurso deste na Paulista fica claro que ele fará o que puder para ter tais votos. O problema, caso a performance de hoje se repita: é a falta de carisma.
Tarcísio quer os votos do bolsonarismo.

O pedágio: declarar que não confia na justiça; a articulação de anistia e prometer indulto.

O dilema: só com o bolsonarismo faltam votos.

O risco: não convencer como moderado e não emplacar como radical.
O crime organizado não respeita ideologia.

A coragem dos servidores da receita federal, polícia federal e autoridades de ministério público nos estados e polícias é algo a ser louvado.

O Brasil precisa decidir se quer enfrentar o crime organizado ou virar refém de bravateiro.
Políticos são antes de tudo pessoas.

O dilema para o cidadão comum é cair na armadilha de tê-los como seres especiais, desprovidos de falhas ou ungidos em agendas especiais.

Políticos são apenas pessoas.
Peculiar observar alguns jovens que desejam ingressar no caminho da análise política apoiarem causas que diminuem a transparência pública.

Transparência é substrato fundamental para análise política e análise de risco qualificada.
Impressiona, mas, não surpreende, o número efetivamente alto de pessoas no Brasil clamando por negociação ou colocação da política de lado, quando a cada dia a Casa Branca dá demonstrações inequívocas de que não quer negociar e que toda a situação é de fato política.
Hipótese: a Casa Branca tem interesse em um tensionamento que resulte em um rompimento diplomático com o Brasil. Isto posto, se criaria um argumento eleitoral para a oposição no Brasil e se abriria a possibilidade para que os EUA não reconhecessem uma eventual vitória do Governo.
Saímos do Chicken Game e entramos no Dilema do Prisioneiro.

Não se trata apenas da relação bilateral.

O ponto agora é medir a capacidade que as ações da Casa Branca têm de instilar medo e dissenso entre atores institucionais brasileiros.

O bonde segue descarrilhando.
Two cents:

No Brasil, é crescente o número de pessoas abordando o tarifaço em termos equivocados.

Concretamente, não é sobre comércio, é sobre geopolítica e hegemonia.

E neste contexto, o bolsonarismo é um peão útil e o BR um bode expiatório.

Sem mais.
O esforço da oposição parece ser a construção de um movimento em pinça para cercar inimigos.

De um lado, sanções e a retórica de auto-exílio.
De outro, a tentativa de vender a imagem de que o país está em insurreição.

Até aqui, a segunda parte não saiu do campo das ideias.
Um lembrete:

A fatura é diretamente proporcional ao tamanho do favor pedido.