hilda hilst bot
banner
hildahilstbot.bsky.social
hilda hilst bot
@hildahilstbot.bsky.social
trechos das obras de hilda diariamente

@scvrfvvce.bsky.social
Quero ser santa, quero morrer por amor a Jesus, quero que me castiguem se eu fizer coisas erradas, quero conseguir a salvação da minha alma.
November 25, 2025 at 6:10 PM
“vai levar o peixe, dona?” E eu ali nos meus sábados, só passando, a peixaria finíssima, ladrilhos, balanças, um retângulo azul e amarelo recriando o corpo de um peixe (...) “tô só pensando, moço, como ele devia ter sido bonito lá no mar (...) a vida é crua, não moço?”
November 25, 2025 at 4:00 PM
Estou morta. Mas a morte é amor.
November 25, 2025 at 12:09 AM
Atraco-me comigo, disparo uma luta. Eu e meus alguéns, esses dos quais dizem que nada têm a ver com a realidade. E é somente isto que tenho: eu e mais eu.
November 24, 2025 at 10:01 PM
Dobra-te mansa porque me sei pesada. De vida. De fundura de poço.
November 24, 2025 at 7:59 PM
Corta, Koyo, estou intacto, desde sempre sou esse que tu vês. Não vês? Afunda com mais força, levanta acima da cabeça o teu punhal, golpeia muitas vezes.
November 24, 2025 at 6:29 PM
Dúplices e atentos lançamos nossos barcos no caminho dos ventos. E nas coisas efêmeras nos detemos.
November 24, 2025 at 4:04 PM
Acreditariam ser a nossa vida vontade consciente de não ser? E ser luz e estrela, água, flor.
November 24, 2025 at 12:01 AM
Amor é o que deita, o que dá comida, o que semeia.
November 23, 2025 at 10:01 PM
Tenho preguiça, tanta preguiça pelos filhos que vão nascer. Dez, vinte, trinta anos e estarão procurando alguma cousa. Nunca se lembrarão daqueles que já morreram e procuraram tanto. Vão custar (ó deuses) a entender aqueles que se mataram.
November 23, 2025 at 8:04 PM
Inteiro permanência no todo despedaçado do poeta.
November 23, 2025 at 6:03 PM
Era além do pudor o peito em chama.
November 23, 2025 at 12:17 AM
Verdade é o que tu me dizes: o amor, poeta, é alegria.
November 22, 2025 at 10:01 PM
O casaco rosso me espia. A lã desfazida por maus-tratos é gasta e rugosa nas axilas. A frente revela nódoas vivas, irregulares, distintas porque quando arranco os coturnos na alvorada, ou quando os coloco rápida ao crepúsculo, caio sempre de bruços. A Vida é que me põe em pé.
November 22, 2025 at 8:04 PM
Há talvez a memória de tatos, um sentir rarefeito, um ouvido inexato deitado em solidão sobre o teu peito.
November 22, 2025 at 3:59 PM
A mesa de escrever é feita de amor e de submissão.
November 21, 2025 at 11:58 PM
Perguntou-me de chofre, ao anoitecer, diante do meu primeiro uísque (aprendi que qualquer bebida é menos fatal se se começa a beber a partir das 6 da tarde) se eu conhecia Chesterton (...) eu que deixei de pensar para continuar a viver me vejo diante de alguém que leu Chesterton.
November 21, 2025 at 10:11 PM
Ardi diante do lá fora, bebi o ar, as cores, as nuances (...) e tendo visto, tendo sido quem fui, sou esta agora? Como foi possível ter sido Hillé, vasta, afundando os dedos na matéria do mundo, e tendo sido, perder essa que era, e ser hoje quem é?
November 21, 2025 at 8:11 PM
Porque a meu lado tudo se faz tarde: amor, gozo, ventura.
November 21, 2025 at 6:01 PM
Andei em direção oposta aos grandes ventos. Nos pássaros mais altos, meu olhar de novo incandescia.
November 21, 2025 at 4:08 PM
Diante da luz do sol o meu rosto noturno de poeta te suplica que te demores muito contemplando o mundo (...)
November 21, 2025 at 12:07 AM
(...) hei de ficar tão velha e rígida como um tufo de urtigas, e leve num sem carnes, e tateante de coisas mortas, a cabeça fremente de clarões, a boca expelindo ainda palavras-agonia, datas, números, o nome dos meus cães (...)
November 20, 2025 at 10:09 PM
Ao meu lado, uma moça magrinha de ombros curvados. Ela diz um poema em voz baixa: se eu pudesse trocar esse meu corpo por um corpo de lobo, se eu pudesse ser mais voraz, se eu pudesse ter garras como estiletes, se eu soubesse de um só caminho de sangue como um lobo.
November 20, 2025 at 8:08 PM
Te pergunto: de Julho em mim ainda te lembras?
November 20, 2025 at 6:02 PM
Se você é o bicho medonho, você só tem que esperar menininhos nas margens do teu rio e devorá-los, se você é o crisântemo polpudo e amarelo, você só pode esperar ser colhido, se você é o menininho, você tem que ir sempre à procura do crisântemo e correr o risco. De ser devorado.
November 20, 2025 at 4:02 PM