acho que é tão difícil entender quando alguém tenta te fazer acreditar que você também é digno de maravilhas porque você ainda não tem o necessário para crer nisso. suas próprias vivências estão te preparando para que você perceba que tem a opção de se escolher e se olhar com amor também.

como é difícil não escolher ser maldosa e fria com todo mundo só porque alguém ativou esse desejo na gente. tentar deixar as pessoas confortáveis contigo às vezes é um fardo porque poucos pensam no seu conforto, e acaba que você não percebe que está dando conforto para o que te deixa desconfortável.

"eternal sunshine of the spotless mind" é sobre perceber que o que mantém o outro em nós depois da despedida são as memórias. é necessário manter isso até que não seja mais necessário, porque assim como as pessoas, as memórias se vão, não porque esquecemos, mas porque começamos a lembrar sem dor.

A cura emocional, não segue uma linha reta, mas sim uma espiral. A ilusão da linearidade é um desejo de controle sobre o incontrolável. No entanto, a alma, em sua profundidade, não obedece ao tempo cronológico; ela se move em ritmos próprios.

Carrego em mim o peso que não se desfaz, a dor de um tempo que ficou para trás. Um amor tão forte, mas que me feriu. Há certas cicatrizes que não param de arder; teus olhos, teus gestos, ainda estão aqui. E me pergunto: como seguir sem sentir?

Às vezes eu me pego pensando... o amor nos dias atuais é como um café para viagem. Algo rápido, descartável, como se as conexões fossem feitas de papel. Zygmunt Bauman chama isso de "amor líquido".

O que é perder-se de si mesmo, senão uma lenta erosão do que um dia foi tão familiar, tão vivo? Há um vazio que se instala, como se a essência que uma vez moldava cada pensamento, cada emoção, tivesse se dissipado no ar, deixando apenas um eco distante de quem costumávamos ser.

Cheguei no mundo azul.