Hilda Hilst e Lygia Fagundes Telles, em 1960.

eu sou a pior do mundo minha nossa hoje era p ser um dia bom mas eu não consigo me sentir bem que inferno.

fibromialgia é uma desgraça na minha vida. qualquer movimentação é metamorfoseada em sofrimento. meu corpo é extremamente frágil, se sou instável emocionalmente e se me esforço fisicamente a dor se intensifica. eu tento aguentar mas essa doença está me matando cada vez mais.

almejo mínimas movimentações por minuto, é essencial adormecer o âmago numa época catastrófica como a contemporânea.

eu sinto uma cousa esdrúxula na minha cabeça, como se existisse uma substância densa esmagando o meu crânio contra o meu cérebro.

me sinto doente.

o calor está me matando mas que se foda eu não vou deixar de tomar meu chá de maçã e canela antes de dormir não. eu preciso muito dessa terapia diária, é um vício.

na época hodierna eu criei um sentimento singular pelo silêncio. quando o temor enigmático me entorpece a ausculta do coração me enlouquece com seu tinido de alucinação. eu clamo imensamente por efervescência para que eu não experiencie a mudez ensurdecedora.

Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.

comprei um batom vermelho novo e eu estou completamente enamorada por ele. parece que eu passei sangue nos lábios. simplesmente extraordinário.

clamo imensamente por um espectro que transmute a contemporânea simbologia do meu corpo em poeira cósmica. isso porque minhas entranhas almejam a magnificência rechonchuda da dramaturgia, e o meu imo anoréxico se substancia somente com sinfonias esdrúxulas e rebeldes.

vou me morrer eu perdi a conta de múltiplas pessoas que amava interagir. estou tão triste por ter que recomeçar tudo de novo..