CNU 2025: Prazo para apresentar recursos termina hoje; saiba como fazer e quais questões podem ser contestadas
Os candidatos que realizaram a segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU) têm até esta quarta-feira, dia 8, para fazer pedidos de recursos, caso não tenham concordado com as respostas indicadas pelos gabaritos preliminares, divulgados pela banca Fundação Getúlio Vargas (FGV) na segunda-feira. O GLOBO conversou com professores de cursinhos, que indicam algumas questões que podem ser contestadas.
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O prazo para a interposição de recursos se iniciou na terça-feira, dia 7, e vai até esta quarta-feira. Só após a interposição dos recursos, serão divulgados os gabaritos oficiais definitivos. Confira abaixo como recorrer.
Como fazer a interposição de recursos?
Caso não tenham concordado com as respostas indicadas pelos gabaritos preliminares, os candidatos podem fazer o pedido de recursos. Para isso, é necessário entrar em sua inscrição na Área do Candidato, no endereço: https://inscricao-cpnu.conhecimento.fgv.br/.
Ao entrar nesse link, o candidato será direcionado para a área do login, que pode ser feito com sua conta gov.br
Após fazer o login, o candidato chegará à seguinte página, onde deve clicar em "Recurso contra gabarito":
CNU 2025: Recurso contra gabarito
Reprodução
Vale a pena pedir recurso?
Segundo o professor Eduardo Cambuy, do Gran Concursos, é importante que os candidatos busquem melhorar sua nota, e o recurso pode ser uma ferramenta para garantir que a pontuação final reflita o conhecimento do candidato, corrigindo possíveis falhas da banca examinadora.
— Eu encorajaria fazer o pedido de recurso no sentido de buscar a mudança de gabarito ou a anulação das questões que apresentaram ambiguidades ou erros. Sempre vale a pena entrar com recursos se o candidato entende que está na briga da pontuação. O recurso é uma possibilidade de melhoria na nota e pode ser a diferença entre ficar dentro ou fora da lista de classificados ou das vagas — considera.
Quais questões podem ser contestadas?
Cambuy indica algumas questões do bloco 2 (considerando a prova do tipo 1) que podem ser contestadas. São elas:
Questão 55, por ambiguidade e dupla interpretação
Questão 89, por erro na aplicação estatística/fator de correção
Questão 56, por erro factual e cronológico
Questão 38, por imprecisão e exagero legal
Já no bloco 1, os professores do Gran Concursos indicam questões (considerando a prova tipo 4) como a 47, a 69, a 85 e a 87. Confira as questões indicadas pelos professores nos demais blocos:
Bloco 3 (prova tipo 1): 81, 84 e 90
Bloco 4 (prova tipo 2): 80 e 88
Bloco 7 (prova tipo 2): 57
Bloco 8 (prova tipo 2): 50, 59 e 66
Para saber mais, confira as explicações detalhadas no site do Gran Concursos.
Como escrever o pedido?
O professor Bruno Bezerra, do Estratégia Concursos, explica que alguns cuidados são necessários na hora de elaborar a interposição de recursos. Além de se atentar para o prazo, é importante manter linguagem formal e tom respeitoso.
— Preparar o recurso com cuidado, respeito e embasamento técnico pode ser o diferencial que garante pontos importantes e melhora a posição do candidato na classificação final. O recurso deve ser redigido com clareza e objetividade, evitando críticas, ironias ou desabafos. A banca examinadora avalia o conteúdo técnico do pedido, e não manifestações emocionais — explicou.
Bruno também ressalta que é importante não copiar textos prontos encontrados na internet. O candidato pode se inspirar em modelos ou em análises de professores, mas o ideal é que escreva o recurso com suas próprias palavras, já que recursos idênticos podem ser indeferidos sem análise individual.
O texto precisa indicar o número da questão, descrever o motivo da divergência e indicar se o pedido é pela anulação da questão ou pela alteração do gabarito.
— É essencial apresentar argumentos sólidos que sustentem o pedido, utilizando, por exemplo, fundamentos de natureza legal (baseado em lei), doutrinária ou jurisprudencial. Recursos genéricos, sem justificativas técnicas, raramente são acolhidos.
Em linhas gerais, a estrutura do recurso deve conter, segundo o professor:
Uma saudação formal à banca;
Identificação da questão questionada;
Exposição objetiva do motivo do pedido;
Fundamentação técnica;
Encerramento cordial.
Como acessar o gabarito?
O gabarito pode ser acessado na área interna do site da FGV, onde os candidatos poderão saber qual prova fizeram e identificar o gabarito compatível.
Todos os tipos dos cadernos das provas já estão disponíveis no link: https://conhecimento.fgv.br/cpnu2. Para saber qual prova fez, o candidato deve entrar em sua inscrição na Área do Candidato, no endereço: https://inscricao-cpnu.conhecimento.fgv.br/
Confira também a live de correção das provas do CNU, na qual os professores do Gran Concursos comentam as questões mais importantes em cada bloco temático:
Nota final do concurso
A nota final das provas será calculada a partir da soma: Nota da prova objetiva (NPO) + Nota da prova discursiva (NPD) + Nota de avaliação de títulos (nos casos em que houver).
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No caso dos cargos de nível superior, a nota final ponderada segue regras específicas para cada vaga, já que a pontuação considera pesos diferentes conforme o cargo pretendido. Neste caso, consulte a calculadora abaixo:
Para os cargos de nível médio (Blocos de 8 e 9), a nota final funcionará da seguinte forma:
Nestes blocos, a nota final ponderada (NFP) será a soma da pontuação nas provas objetivas e da nota da redação. Mas os títulos também contam. Entenda:
Prova objetiva: 68 questões, valendo até 68 pontos.
Redação: até 30 linhas, totalizando no máximo 30 pontos.
Títulos: até 2 pontos.
Total: 100 pontos.
Para os cargos de nível superior (Blocos de 1 a 7), a nota final funcionará da seguinte forma:
Nota da prova de Conhecimentos Gerais + Nota da prova de Conhecimentos Específicos, com questões com pesos diferentes a depender do cargo pretendido + Nota da prova discursiva + Nota da prova de títulos (quando houver). Veja:
Prova objetiva: 90 questões, divididas em 30 de Conhecimentos Gerais, valendo até 30 pontos, e 60 de Conhecimentos Específicos, que podem chegar a 120 pontos, considerando os eixos temáticos.
Prova discursiva: 2 questões, valendo 22,5 pontos cada, totalizando até 45 pontos.
Prova de títulos: até 5 pontos.
Total: 200 pontos.
Paridade de gênero
Uma das principais novidades da segunda edição do CNU é a criação de um critério de paridade de gênero para garantir uma maior presença de mulheres no serviço público. A regra prevê que, entre os selecionados para fazer a segunda fase do exame, ao menos 50% precisarão ser mulheres.
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O edital detalha que, em cada cargo ou especialidade, caso o número de candidatas classificadas na fase 2 seja menor que 50%, mulheres aprovadas na fase 1 serão incluídas até que esse percentual seja alcançado. A ideia é garantir que mais mulheres tenham oportunidade de avançar no concurso.
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É importante destacar que a iniciativa não prejudicará os candidatos homens. O edital deixa claro que nenhum participante previamente classificado para a segunda fase será desclassificado devido ao equilíbrio de gênero.
Como regra geral, serão selecionados para a segunda fase os candidatos em nove vezes o número de vagas disponíveis em cada cargo. Para cumprir o critério de paridade de gênero, então, haverá situações em que o número de selecionados para a segunda fase poderá ser ainda maior.
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Além disso, a regra de equiparação será cumprida desde que haja candidatas mulheres em número suficiente e que tenham cumprido a nota mínima para não ser desclassificada do concurso — ou seja, no mínimo 40% de acertos.
Calendário do Concurso Nacional Unificado (CNU)
Prova objetiva: 5/10/2025
Divulgação dos cadernos de provas: 06/10/2025
Divulgação preliminar dos gabaritos das provas objetivas: 06/10/2025
Disponibilização da imagem do Cartão-Resposta: 12/11/2025
Divulgação do resultado da objetiva e convocação para a discursiva: 12/11/2025
Envio de títulos: 13 a 19/11/25
Prova discursiva: 7/12/2025
Divulgação preliminar das notas das provas discursivas: 06/01/2026
Divulgação final dos resultados: 30/01/2026
Período de início da convocação para posse e cursos de formação: Fevereiro/2026
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