Pensar a História
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"Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem segundo a sua livre vontade". Karl Marx
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Há 7 anos, Mestre Môa do Katendê era assassinado a facadas por um apoiador de Bolsonaro. Fundador dos blocos Badauê e Katendê, Môa teve papel fundamental no movimento de africanização do carnaval de Salvador. Leia mais no @operamundi.bsky.social

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Pensar a História: Katendê vive: a herança cultural de Mestre Môa
Mestre Môa do Katendê foi assassinado a facadas na eleição presidencial de 2018 por um apoiador de Jair Bolsonaro
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O álbum póstumo “Raiz Afro Mãe”, lançado em 2024, disponibilizou ao público composições inéditas do artista. Um instituto dedicado a preservar a obra de Môa e perpetuar seu legado social está sendo construído em Salvador pela família.

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Mestre Môa foi postumamente homenageado por canções de Caetano Veloso, Chico César e BaianaSystem e teve sua vida retratada nos documentários “Quem vai quebrar a máquina do mal?”, de Carlos Pronzato, e “Môa, Raiz Afro Mãe”, de Gustavo McNair.

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Paulo Sérgio foi condenado a 22 anos de prisão em regime fechado. Mestre Môa foi sepultado no Cemitério Quinta dos Lázaros, em Salvador. Seu assassinato causou comoção e indignação. Manifestações e atos de repúdio foram organizados em várias cidades do Brasil.

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Môa tinha 63 anos. A morte do capoeirista insere-se em um contexto de extrema radicalização da direita, estimulado pela retórica agressiva do bolsonarismo. Um mapeamento feito pela Agência Pública identificou 70 ataques de natureza política na eleição de 2018.

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Môa respondeu que as pessoas no bar apoiavam o PT e tinham votado em Haddad. Paulo Sérgio reagiu de forma agressiva, dando início a uma discussão acalorada. O bolsonarista deixou o bar, mas logo retornou com uma faca. Atacou Mestre Môa pelas costas, desferindo 12 facadas.

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Mestre Môa foi assassinado na madrugada de 08/10/2018, após o 1º turno da eleição. Ele estava em um bar, acompanhado de seu irmão e de um primo, quando um homem chamado Paulo Sérgio Ferreira de Santana passou na frente do local dando gritos em apoio a Jair Bolsonaro.

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Participou do Festival de Artes de Bruxelas e do Encontro Universo Negro em Barcelona. Também ajudou a articular o reconhecimento da capoeira como Patrimônio Cultural da Humanidade, título concedido pela Unesco em 2014.

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Môa também se dedicou ao artesanato, confeccionando instrumentos musicais como berimbau, caxixi e xequerê. Sua arte ultrapassou as fronteiras do Brasil. Ele deu aulas de capoeira, percussão e música afro na Colômbia e em vários países da Europa.

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Mestre Môa gravou o álbum “Capoeira Angola na Porteira do Dique”, com canções de capoeira e afoxé. Em 2003, ele criou a Agremiação Gunga, o primeiro bloco de capoeira do Brasil, que realizou desfiles no carnaval e organizou rodas unindo todas as vertentes.

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Em paralelo à atuação como diretor cultural, Mestre Môa seguiu compondo canções que evocavam a história e a cultura afro-brasileira. É autor de músicas como “Embaixada Africana”, “Festa de Magia” e “Levante de Sabres Africanos”.

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De volta à Bahia, Môa assumiu o cargo de diretor cultural da Associação Brasileira de Capoeira Angola (ABCA). Organizou iniciativas voltadas às crianças em situação de vulnerabilidade de Salvador, além de ministrar oficinas de afoxé, capoeira, música e dança afro.

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O mestre baiano deu aulas de capoeira em escolas públicas da capital paulista e realizou projetos sociais na Febem e no SOS Criança.
De volta à Bahia, Môa assumiu o cargo de diretor cultural e posteriormente presidente da Associação Brasileira de Capoeira Angola (ABCA).

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Mestre Môa participou do Movimento de Artistas Negros de São Paulo, integrando os projetos “Negra Música” e “Venha ao Vale”, onde se apresentou ao lado de Jorge Benjor. Também assumiu o cargo de conselheiro no Centro de Capoeira Angola Angoleiro Sim Sinhô (CCAASS).

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Em São Paulo, Mestre Môa fundou o bloco Amigos de Katendê, que se tornaria uma importante iniciativa para a preservação e difusão das tradições afro-brasileiras, expandindo-se posteriormente para outras cidades do país.

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Em meados dos anos 80, Môa obteve o título de mestre de capoeira e se dedicou a difundir o conhecimento da cultura afro-brasileira por todo o Brasil. Ele deu aulas de capoeira Angola no Rio de Janeiro e ajudou a introduzir a dança afro no Rio Grande do Sul.

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Ele ajudou a fortalecer a estética e a sonoridade afro-baiana e a valorizar a negritude como elemento central da cultura brasileira. Essas contribuições teriam grande importância para o desenvolvimento da música baiana nos anos 80.

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Mestre Môa teve papel fundamental no estímulo ao resgate das tradições afro-brasileiras e populares no carnaval de Salvador, resistindo às pressões pelo embranquecimento e pela mercantilização dos festejos, particularmente fortes durante a ditadura militar.

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O bloco desfilava com as cores azul, amarelo e branco, evocando os orixás Ogum, Oxum e Oxalá. Ainda em 1979, a canção “Badauê”, composta por Môa, foi gravada por Caetano Veloso no álbum “Cinema transcendental”, fazendo grande sucesso.

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www.youtube.com/watch?v=MR5H...
Badauê (Remixed Original Album)
YouTube video by Caetano Veloso - Topic
www.youtube.com
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Inspirado nas tradições do candomblé, o bloco se tornou um dos grandes destaques do carnaval de Salvador, atraindo multidões em seus cortejos. Em 1979, o Badauê foi o campeão do carnaval de Salvador na categoria afoxé.

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Em 1977, Môa se consagrou como vencedor do Festival da Canção do Ilê Ayê, o primeiro bloco afro do carnaval de Salvador, apresentando a composição “Bloco Beleza”. No ano seguinte, ele fundou o Badauê, um bloco de afoxé integrado pelos moradores do Engenho Velho de Brotas.

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Mestre Môa viajou com o grupo para uma turnê na Europa, apresentando-se em Portugal, na Itália e na Alemanha. Ele também foi integrante da Orquestra Afro-Brasileira de Percussão.

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A exemplo de Mestre Bobó, Môa desenvolveu um forte interesse pela dimensão musical da capoeira. Nos anos 70, ele se especializou como percussionista e compositor. Em 1976, ingressou no grupo folclórico de percussão “Viva Bahia”, fundado por Emília Biancardi.

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Môa cresceu imerso nas tradições afro-brasileiras. Ele começou a praticar capoeira aos 8 anos de idade, frequentando o terreiro de sua tia, o Ilê Axé Omin Bain. Posteriormente, tornou-se discípulo de Mestre Bobó, fundador da Academia de Capoeira Angola Cinco Estrelas.

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Mestre Môa era o apelido de Romualdo Rosário da Costa, nascido em 29/10/1954, na cidade de Salvador, Bahia. Ele passou a infância no bairro do Engenho Velho de Brotas, núcleo histórico da comunidade negra soteropolitana, conhecido pela efervescência cultural nos anos 80.

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