Dia de Corpus Christi vira feriado estadual no RJ
A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou, em segunda discussão, nesta terça-feira, o projeto de lei que transforma o Dia de Corpus Christi em feriado estadual. A medida é de autoria original dos deputados Márcio Gualberto (PL) e Fred Pacheco (PMN), com coautoria dos parlamentares Rodrigo Bacellar (União), Rodrigo Amorim (União), Luiz Paulo (PSD), Dionísio Lins (PP), Átila Nunes (PSD) e Giovani Ratinho (SDD). A proposta agora segue para o governador Cláudio Castro, que tem 15 dias para sancionar ou vetar.
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Atualmente, o Corpus Christi é considerado um ponto facultativo federal, o que significa que estados e municípios têm autonomia para decidir se haverá folga. Caso seja sancionada, a medida fará do Rio o primeiro estado do Brasil a adotar Corpus Christi como feriado estadual. A data é uma solenidade religiosa cristã, para celebrar o “corpo de cristo” e o sacramento católico da eucaristia. É sempre comemorada na primeira quinta-feira após decorridos 60 dias do Domingo de Páscoa.
O presidente da Casa, Rodrigo Bacellar (União), afirmou que o projeto é um compromisso com a Igreja Católica "mas acima de tudo com o povo fluminense". Márcio Gualberto destacou que a medida será benéfica para o turismo e citou que no município de São Gonçalo, na Região Metropolitana, é confeccionado o maior tapete de sal da América Latina, que atrai milhares de visitantes.
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Impasse na Câmara
Uma semana antes de o projeto de lei ser aprovado em primeira discussão na Alerj, a transformação do Dia de Corpus Christi em feriado municipal no Rio de Janeiro gerou impasse na Câmara de Vereadores. Pela legislação federal, cada cidade só pode ter quatro feriados locais — um deles, obrigatoriamente, a Sexta-feira Santa.
No caso do Rio, já estão ocupadas as datas de São Sebastião (20 de janeiro) e São Jorge (23 de abril), restando apenas uma vaga. O debate girou em torno de reservar esse espaço para Corpus Christi ou, eventualmente, para o Dia do Evangélico, comemorado no dia 31 de outubro. A indefinição ganhou força após a proposta entrar em plenário, mas a sessão que discutiria o tema acabou sendo interrompida.
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O prefeito Eduardo Paes (PSD) já havia se declarado contra a criação de qualquer novo feriado, alegando impacto econômico e risco de desgaste político com diferentes segmentos religiosos. Apesar disso, três vereadores católicos — Rogério Amorim (PL), Vera Lins (Progressistas) e Márcio Santos (PV) — assinaram o projeto, argumentando que a data tem forte simbolismo para os fiéis. Enquanto integrantes da bancada evangélica afirmaram não haver articulação para propor o Dia do Evangélico como feriado, o líder do governo, Márcio Ribeiro (PSD), reforçou que o tema deveria ser discutido com cautela, já que a prefeitura tradicionalmente decreta ponto facultativo em Corpus Christi, mesmo sem status de feriado.