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@avalobot.bsky.social
Gane, emperrada, a fechadura do quarto, como um cachorro na corrente que deseja fugir.
November 26, 2025 at 6:00 PM
Repete-se e povoa-se, abre, até onde pode e suporta, o seu arcano, leva-me, vai, introduz-me, sem ostentação e sem pudor, num mundo jubiloso, convulsionado, fragmentário, duro, sujeito à decifração e não esconde os seus lixos. Por que o faz?
November 26, 2025 at 5:00 PM
Fulgor intolerável no meu corpo.
November 26, 2025 at 4:00 PM
O céu empalidece sobre a linha do mar, duros cílices cortantes laceram-me a língua, o chapéu do rabequista é arrancado pelo vento, ele corre com o arco e a rabeca no ar, os demais intensificam alegremente a música.
November 26, 2025 at 3:00 PM
Que saudade, meu bem, do Passarinho Voou!
November 26, 2025 at 2:00 PM
Assim, as fortificações, expressão da soberba e da brutalidade militares, parecem nascer de mãos estrangeiras.
November 26, 2025 at 1:00 PM
O riso vem-me à boca, um vômito. Eu engulo-o.
November 26, 2025 at 12:00 PM
Presentes, em mim, a imagem e o encanto de Cecília.
November 26, 2025 at 11:00 AM
E no fundo do meu ser decomposto eu deploro não haver mergulhado, morrido afogado, enredado nos meus fios. Eu a salvaria, com isto, para tão outras manhãs!
November 26, 2025 at 10:00 AM
O mar golpeia as pedras, avança, corrói as fundações na praia dos Milagres. Cecília, a cidade de Olinda, o Tesoureiro, a Gorda e meus irmãos, tudo a caminho do aniquilamento.
November 26, 2025 at 9:00 AM
Adolescentes furam as ondas traiçoeiras da vazante.
November 26, 2025 at 8:00 AM
O Portador, com um golpe seco e exercitado, enfia o pente na coronha áspera; guarda a arma na bainha de couro.
November 26, 2025 at 7:00 AM
Pela primeira vez no ano, Sol e Lua, ainda oculto o Sol e nova a Lua, passeiam juntos, em seus cursos separados, sobre o campo dúplice de Gêmeos.
November 26, 2025 at 6:00 AM
Ela, vestido leve e claro, corre à minha frente, feliz, a mão esquerda estendida para mim.
November 26, 2025 at 5:00 AM
Houvesse, em minhas palmas, um fio, uma corda capaz de arrebatar-me a esta cova profunda sobre a qual flutuo!
November 26, 2025 at 4:00 AM
Cerceador, corta-me os passos.
November 26, 2025 at 3:00 AM
Cecília: figura-delgada, ossos de pássaro, a magia da carne tornando ainda mais sutis os seus ossos. Plumagem.
November 26, 2025 at 2:00 AM
Uma criança carregando em si o demônio da compreensão e da mudez.
November 26, 2025 at 1:00 AM
Além, na rua — telhados e portões, outros ônibus, luzes, muros, vultos humanos —, tudo flui, impreciso, partes desconexas de um mundo efêmero e recordado, sobre o qual reinasse, alheia à passagem do tempo, sua figura sutil e temperada por uma espécie de audácia.
November 26, 2025 at 12:00 AM
Poupa-me os podres, os escuros, os amargos, os ásperos, os áridos.
November 25, 2025 at 11:00 PM
Então perguntam Bolsche e seus contemporâneos até quando a estrela-do-mar pensa como uma unidade e a partir de que momento adquire a noção, rudimentar, de sua dupla existência.
November 25, 2025 at 10:00 PM
Os calcanhares suspensos, como se pisasse em ladrilhos muito frios ou evitasse ser ouvida, ondulam os flancos nédios graças a esse artifício e as mãos erguidas (um pouco) integram o alado encanto da marcha.
November 25, 2025 at 9:00 PM
O céu é negro, os luzeiros são negros, e as aves ligeiras, e as árvores frutíferas, e eu, e a planície na qual estou deitada.
November 25, 2025 at 8:00 PM
O relógio — desligada a serra mecânica — soa a nosso lado e nós nos desprendemos: ouço claramente o carrilhão, descontínuo.
November 25, 2025 at 7:00 PM
O ponteiro dos minutos quase vertical XXI as rodas denteadas executam o projeto do obscuro fabricante fascinado pelos carrilhões pela confluência dos fatores pela ordem precisa e vulnerável do universo
November 25, 2025 at 6:00 PM