Kel Ferreti: saiba quem é o influenciador e ex-PM denunciado por esquema de rifas ilegais
Investigado por liderar um esquema de rifas manipuladas em Maceió, no estado do Alagoas, Kleverton Pinheiro de Oliveira, conhecido como Kel Ferreti, exibia uma vida de luxo nas redes sociais, onde ostentava viagens e carros conversíveis. Vendendo cursos não regulamentados sobre como obter lucro em jogos on-line, o ex-policial militar de 40 anos chegou a faturar R$ 400 mil em um único mês.
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Em 2023, Kel foi expulso da Polícia Militar por filmar e divulgar o próprio voto nas eleições presidenciais do ano anterior, mesmo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibindo o uso de celular nas seções de voto. Com 1,3 milhão de seguidores em seu perfil principal no Instagram e 127 mil no secundário, além dos cursos sobre como ganhar dinheiro com jogos on-line, ele também vendia rifas.
Como revelado no domingo (5) pelo Fantástico, da TV Globo, uma investigação do Ministério Público de Alagoas apontou o influenciador como líder de um esquema milionário de rifas e sorteios ilegais. Segundo o MP, o ex-policial militar buscava influenciadores com mais seguidores para divulgar as rifas. Os lucros obtidos sobre a perda dos apostadores eram divididos pelo grupo, afirmou o promotor de Justiça e coordenador do Grupo de Atuação Especializada de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf), órgão vinculado ao ministério, Cyro Blatter, em entrevista ao programa.
Também dono da empresa Gold Scent, de joias e relógios, o estilo de vida que o “empreendedor digital” exibia é fruto desse esquema criminoso que chegou a movimentar R$ 33,7 milhões. Em uma foto publicada em agosto do ano passado, ele aparece com três carros de luxo: uma Ferrari, um Porsche e um Ronger Evoque. “Quase três milhões em carros”, escreveu na legenda.
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Em seu perfil secundário, Kel compartilhou um vídeo em que diz que foi “alvo de acusações graves e injustas”, que o “apontou falsamente como chefe de uma quadrilha ligada a jogos de azar”. No mês de dezembro do último ano, ele foi preso por envolvimento em esquema criminoso envolvendo o “jogo do tigrinho”.
Ainda em dezembro, ele foi acusado de estupro contra uma das apostadoras que disse ter conhecido o influenciador em um grupo do jogo. Atualmente, Kel cumpre pena em regime semiaberto e usa tornozeleira eletrônica. Ele foi condenado em primeira instância a dez anos de prisão em abril deste ano, mas teve pena reduzida para oito em agosto.
O caso denunciado pela apostadora aconteceu em junho de 2024, em uma pousada em Maceió, segundo o UOL, mas Kel nega o crime: “Não bastasse isso, também fui acusado falsamente de um crime ainda mais doloroso: abuso de estupro”, continuou ele na publicação feita há três dias. “Vivi então os piores momentos da minha vida, fui privado da minha liberdade, afastado dos meus filhos e passei por humilhações que jamais imaginei enfrentar”.
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Por meio do seu advogado, Rodrigo Monteiro, Kel afirmou que “o Brasil adota o sistema acusatório, no qual as funções de acusar, defender e julgar são distintas”. A postagem feita no Instagram há um dia continua dizendo que “o juiz deve manter sua imparcialidade, e a mídia não pode substituir o papel da Justiça, muito menos promover condenações antecipadas baseadas em especulações”.
* Estagiária sob supervisão de Alfredo Mergulhão