Quem é Daniel Noboa, presidente do Equador alvo de ataque durante viagem oficial
O presidente do Equador, Daniel Noboa, de 37 anos, saiu ileso de um ataque a tiros e pedras contra sua comitiva na manhã desta terça-feira. Segundo informou a ministra de Meio Ambiente e Energia, Inés Manzano, o atentado ocorreu em meio a um cenário de protestos indígenas contra o aumento do preço do diesel, que têm marcado as últimas semanas no país.
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De centro-direita e com visão liberal na economia, Noboa comanda o Equador desde 2023 e tenta conter a escalada da violência ligada ao narcotráfico, que transformou o país em um dos mais violentos da América do Sul. Desde o início de seu governo, adotou uma postura linha-dura contra os cartéis, com uso do Exército nas ruas e decretos de estado de exceção — medidas que lhe renderam apoio popular, mas também críticas por supostas violações de direitos humanos e restrições à imprensa.
Trajetória política e ascensão ao poder
Noboa assumiu a presidência após vencer as eleições de 2023, convocadas de forma extraordinária para completar o mandato de Guillermo Lasso, que dissolveu o Congresso ao acionar o mecanismo da “morte cruzada” — recurso que encerra simultaneamente o mandato presidencial e legislativo. Com apenas 35 anos na época, Noboa se tornou o mais jovem presidente eleito da história recente do Equador.
Em 2025, foi reeleito ao derrotar novamente Luisa González, candidata apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa, consolidando-se como uma das figuras políticas mais influentes da nova geração de líderes latino-americanos. Seu novo mandato vai até 2029.
Apesar da inclinação à direita, Noboa tem buscado relacionamentos pragmáticos com governos de diferentes espectros ideológicos. O presidente já foi recebido por Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília, com quem mantém diálogo sobre cooperação regional e combate ao crime organizado.
Filho do empresário Álvaro Noboa, um dos homens mais ricos do Equador e magnata da exportação de bananas, Daniel Noboa nasceu em Miami, nos Estados Unidos, mas cresceu em Guayaquil, a maior cidade equatoriana. Estudou na Stern School of Business, em Nova York, e antes de entrar na política, atuou nos negócios da família.
Crise da violência e tensões diplomáticas
O principal desafio do governo Noboa tem sido o avanço dos cartéis de drogas, que passaram a operar com força dentro do país, refletindo em um aumento expressivo dos índices de homicídio e sequestros. A crise se agravou em 2023, quando o candidato presidencial Fernando Villavicencio foi assassinado em Quito, episódio que escancarou o poder do crime organizado.
Em abril de 2024, Noboa foi novamente alvo de críticas internacionais ao ordenar a invasão da embaixada do México em Quito, para prender o ex-vice-presidente Jorge Glas, condenado por corrupção e asilado no local. A operação violou convenções diplomáticas e gerou uma crise diplomática com o governo mexicano.