Silvana Tavano vence Prêmio Oceanos com 'Ressuscitar mamutes', romance que reinventa o passado e o futuro da mãe
A paulistana Silvana Tavano venceu a edição 2025 do Prêmio Oceanos de Literatura em Língua Portuguesa na categoria prosa com o romance “Ressuscitar mamutes” (Autêntica Contemporânea). No livro, que também concorreu Prêmio São Paulo de Literatura e ao Jabuti, a narradora, a própria Tavano, reinventa o passado e o futuro da mãe, já falecida. O resultado da premiação foi anunciado na noite desta terça-feira (9) em cerimônia realizada na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo.
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Para Manuel da Costa Pinto, curador brasileiro do concurso, “Ressuscitar mamutes” é “uma narrativa que aborda de modo imaginativo e comovente as possibilidades de lidar com o tempo, de fazer uma redenção e uma modificação do passado (e, portanto, do futuro) pela imaginação”. Na disputa, estavam romances como “A cegueira do rio”, do moçambicano Mia Couto, “Mestre dos batuques”, do angolano (e colunista do GLOBO) José Eduardo Agualusa, e “Vermelho delicado”, da portuguesa Teresa Veiga.
Já a vencedora da categoria poesia foi a alagoana Ana Maria Vasconcelos, autora de “Longarinas” (7Letras), obra que, segundo Costa Pinto, “privilegia a forma curta para tratar da passagem do tempo e da permanência” e “se organiza em torno do mínimo e da observação”. Entre os finalistas estavam obras como “O pito do pango & outros poemas”, de Fabiano Calixto, “As coisas do morto”, do
A poeta Ana Maria Vasconcelos, vencedora do Prêmio Oceanos
Divulgação
As vencedoras receberão R$ 150 mil cada uma. Ao todo, 3.142 obras de 488 editoras diferentes concorreram ao prêmio. Esses livros passaram por três etapas classificatórias e foram lidos e avaliados por três júris formados por especialistas de três continentes, até chegar aos dois vencedores. A curadoria do Prêmio Oceanos é feita por Matilde Santos, de Cabo Verde, João Fenhane, de Moçambique, Isabel Lucas, de Portugal, e Manuel da Costa Pinto, do Brasil, com coordenação geral de Selma Caetano.
O Oceanos é realizado pela Associação Oceanos e pela Oceanos Cultura via Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), pelo Ministério da Cultura, e conta com o patrocínio do patrocínio do Itaú Unibanco, da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas da República Portuguesa, o apoio do Itaú Cultural, da Biblioteca Nacional de Moçambique e do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde; e o apoio institucional da CPLP.