A influenciadora digital Melissa Said, conhecida nas redes sociais como “ervoafetiva”, foi localizada na casa de uma amiga em Salvador e presa sob suspeita de articular um esquema de comercialização de drogas entre os estados de Bahia e São Paulo. Principal alvo da Operação Erva Afetiva, ela era considerada foragida até a tarde desta quinta-feira, quando seu paradeiro foi revelado por ações da inteligência da Polícia Civil baiana. Leia mais: Alvo de operação na Bahia, influencer 'ervoafetiva' viralizou ao distribuir supostos cigarros de maconha de Natal ‘RH’ do PCC: facção tem núcleo que concentra orientações, queixas e dados de filiados, revelam mensagens O delegado Ernandes Júnior, do Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), afirma que Melissa era "o principal elo" da investigação, que desembocou na operação voltada a desarticular o grupo criminoso. — No estado de São Paulo existiam alguns fornecedores que encaminhavam drogas para que ela distribuísse na capital baiana e na RMS [Região Metropolitana]. A partir daí, conseguimos identificar os fornecedores e quem estava junto com ela na distribuição — disse ele, a jornalistas. — A droga era vendida para um público mais seleto, das redes sociais dela. Pessoas de classe média e alta. Melissa, que acumula mais de 320 mil seguidores no Instagram, não reagiu à prisão e se entregou. As investigações, iniciadas em 2024, indicaram que ela "incentivava o transporte e o consumo de drogas, orientando seus seguidores sobre como despistar a atuação policial durante viagens e deslocamentos", diz a polícia. A mulher já havia sido conduzida anteriormente a uma unidade policial, após ser flagrada com uma porção de droga no aeroporto. Além disso, ela chamou a atenção de internautas ao distribuir “kits” com cigarros de maconha nas ruas na época de Natal — para o delegado, foi um ato de autopromoção. — No Natal, ela distribuiu diversas petecas de maconha. Entendemos que, dessa forma, ela estaria fazendo a sua propaganda para a comercialização desse entorpecente — destacou Ernandes Júnior. Veja o que se sabe sobre Melissa Said: A investigação indica que ela fazia apologia ao uso de drogas nas redes sociais e participava da comercialização, armazenamento e distribuição de maconha em Salvador, com fornecedores na Bahia e em São Paulo. “O objetivo dessa operação é o combate ao tráfico de drogas tendo como principal alvo uma influencer digital que faz apologia ao crime. Investigada pelo Denarc, foi descoberto que, além da apologia ao crime, ela também faz a comercialização e a distribuição de entorpecentes no estado da Bahia”, afirmou o diretor do Denarc, delegado Ernandes Júnior. Perfil de Melissa Said no Instagram Reprodução/Instagram Durante a operação, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão em endereços ligados à influenciadora. Os agentes apreenderam pequenas porções de drogas e um celular, que será investigado pela perícia. Imagens: Entenda como foi o resgate de Juliane Vieira, advogada que salvou a família de incêndio no Paraná Dois homens suspeitos de envolvimento no esquema foram presos temporariamente em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. Um deles foi autuado em flagrante por tráfico de drogas após a apreensão de 1,4kg de maconha tipo skank, 270 gramas de haxixe, além de porções de maconha comum, balanças de precisão, embalagens plásticas, celulares, cartões e dois veículos supostamente usados para transportar as drogas. Melissa costuma compartilhar conteúdos ligados à cultura canábica e defender publicamente a legalização da erva. Em 2023, viralizou ao publicar um vídeo em que aparece distribuindo marmitas e supostos cigarros de maconha nas ruas de Salvador, o que gerou debate entre internautas. “Está na larica? Já fumou um ‘beck’ hoje?”, dizia a influenciadora antes de oferecer uma marmita e um dos cigarros a uma pessoa em situação de rua. Publicação de Melissa Said levantou questionamentos de usuários Reprodução/Instagram/Melissa Said Na ocasião, a publicação foi criticada por seguidores que questionaram se a ação não configurava flagrante de tráfico. “Isso não é um flagrante de tráfico de drogas?”, escreveu um usuário. Outros defenderam a influenciadora: “Tráfico não, doação”, e “O jurídico mandou avisar que é tabaco. Sai daí, ‘poliças’”, comentaram. O vídeo foi dedicado ao marido de Melissa, Tássio Bacelar, conhecido como “Matuzalem”, criador de conteúdo e humorista que produzia vídeos semelhantes e morreu em outubro de 2023 após uma queda de bicicleta em Salvador. Além de promover o uso da cannabis, Melissa se apresenta nas redes como embaixadora da marca “Bem Bolado Brasil Oficial”, que comercializa produtos ligados à cultura 'canábica'. O GLOBO tenta contato com a defesa da influenciadora, mas ainda não obteve retorno. A Polícia Civil informou que as investigações continuam para localizar Melissa e identificar outros integrantes do grupo criminoso. A operação contou com o apoio de unidades do Denarc da Polícia Civil de São Paulo, com mandados também cumpridos em Araçatuba (SP). Initial plugin text

A influenciadora digital Melissa Said, conhecida nas redes sociais como “ervoafetiva”, foi localizada na casa de uma amiga em Salvador e presa sob suspeita de articular um esquema de comercialização de drogas entre os estados de Bahia e São Paulo. Principal alvo da Operação Erva Afetiva, ela era considerada foragida até a tarde desta quinta-feira, quando seu paradeiro foi revelado por ações da inteligência da Polícia Civil baiana. Leia mais: Alvo de operação na Bahia, influencer 'ervoafetiva' viralizou ao distribuir supostos cigarros de maconha de Natal ‘RH’ do PCC: facção tem núcleo que concentra orientações, queixas e dados de filiados, revelam mensagens O delegado Ernandes Júnior, do Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), afirma que Melissa era "o principal elo" da investigação, que desembocou na operação voltada a desarticular o grupo criminoso. — No estado de São Paulo existiam alguns fornecedores que encaminhavam drogas para que ela distribuísse na capital baiana e na RMS [Região Metropolitana]. A partir daí, conseguimos identificar os fornecedores e quem estava junto com ela na distribuição — disse ele, a jornalistas. — A droga era vendida para um público mais seleto, das redes sociais dela. Pessoas de classe média e alta. Melissa, que acumula mais de 320 mil seguidores no Instagram, não reagiu à prisão e se entregou. As investigações, iniciadas em 2024, indicaram que ela "incentivava o transporte e o consumo de drogas, orientando seus seguidores sobre como despistar a atuação policial durante viagens e deslocamentos", diz a polícia. A mulher já havia sido conduzida anteriormente a uma unidade policial, após ser flagrada com uma porção de droga no aeroporto. Além disso, ela chamou a atenção de internautas ao distribuir “kits” com cigarros de maconha nas ruas na época de Natal — para o delegado, foi um ato de autopromoção. — No Natal, ela distribuiu diversas petecas de maconha. Entendemos que, dessa forma, ela estaria fazendo a sua propaganda para a comercialização desse entorpecente — destacou Ernandes Júnior. Veja o que se sabe sobre Melissa Said: A investigação indica que ela fazia apologia ao uso de drogas nas redes sociais e participava da comercialização, armazenamento e distribuição de maconha em Salvador, com fornecedores na Bahia e em São Paulo. “O objetivo dessa operação é o combate ao tráfico de drogas tendo como principal alvo uma influencer digital que faz apologia ao crime. Investigada pelo Denarc, foi descoberto que, além da apologia ao crime, ela também faz a comercialização e a distribuição de entorpecentes no estado da Bahia”, afirmou o diretor do Denarc, delegado Ernandes Júnior. Perfil de Melissa Said no Instagram Reprodução/Instagram Durante a operação, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão em endereços ligados à influenciadora. Os agentes apreenderam pequenas porções de drogas e um celular, que será investigado pela perícia. Imagens: Entenda como foi o resgate de Juliane Vieira, advogada que salvou a família de incêndio no Paraná Dois homens suspeitos de envolvimento no esquema foram presos temporariamente em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. Um deles foi autuado em flagrante por tráfico de drogas após a apreensão de 1,4kg de maconha tipo skank, 270 gramas de haxixe, além de porções de maconha comum, balanças de precisão, embalagens plásticas, celulares, cartões e dois veículos supostamente usados para transportar as drogas. Melissa costuma compartilhar conteúdos ligados à cultura canábica e defender publicamente a legalização da erva. Em 2023, viralizou ao publicar um vídeo em que aparece distribuindo marmitas e supostos cigarros de maconha nas ruas de Salvador, o que gerou debate entre internautas. “Está na larica? Já fumou um ‘beck’ hoje?”, dizia a influenciadora antes de oferecer uma marmita e um dos cigarros a uma pessoa em situação de rua. Publicação de Melissa Said levantou questionamentos de usuários Reprodução/Instagram/Melissa Said Na ocasião, a publicação foi criticada por seguidores que questionaram se a ação não configurava flagrante de tráfico. “Isso não é um flagrante de tráfico de drogas?”, escreveu um usuário. Outros defenderam a influenciadora: “Tráfico não, doação”, e “O jurídico mandou avisar que é tabaco. Sai daí, ‘poliças’”, comentaram. O vídeo foi dedicado ao marido de Melissa, Tássio Bacelar, conhecido como “Matuzalem”, criador de conteúdo e humorista que produzia vídeos semelhantes e morreu em outubro de 2023 após uma queda de bicicleta em Salvador. Além de promover o uso da cannabis, Melissa se apresenta nas redes como embaixadora da marca “Bem Bolado Brasil Oficial”, que comercializa produtos ligados à cultura 'canábica'. O GLOBO tenta contato com a defesa da influenciadora, mas ainda não obteve retorno. A Polícia Civil informou que as investigações continuam para localizar Melissa e identificar outros integrantes do grupo criminoso. A operação contou com o apoio de unidades do Denarc da Polícia Civil de São Paulo, com mandados também cumpridos em Araçatuba (SP). Initial plugin text